Escabiose: aspectos gerais e a importância no reconhecimento e tratamento precoces / Scabies: general aspects and the importance of early recognition and treatment

A escabiose é uma dermatose infecto parasitária mais prevalente no mundo, sobretudo nas regiões tropicais e em países de baixa renda. Surtos são comuns em locais de aglomeração como presídios, escolas e campos de refugiados, e tanto o atraso no diagnóstico como o tratamento inadequado são responsáveis pela propagação da doença. Este trabalho tem por objetivos destacar os principais aspectos da escabiose bem como as apresentações dermatológicas, a fim de auxiliar no diagnóstico e tratamentos precoces, tendo como foco o médico generalista. O estudo foi realizado no Departamento de Clínica de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (HCFMUSP), através de uma revisão de literatura com acesso aos bancos de dados eletrônicos PubMed. A escabiose é causada pelo Sarcoptes scabiei, caracterizada pelo prurido intenso e por lesões cutâneas sugestivas e localizações típicas, mas que podem variar de acordo com a faixa etária ou estados de imunossupressão. É considerada pela Organização Mundial da Saúde uma doença tropical negligenciada, podendo causar grande impacto socioeconômico e, ainda que com menor frequência, levar a complicações, muitas vezes decorrentes de infecções bacterianas secundárias, sobretudo nas formas mais graves da doença (vistas principalmente em pacientes imunossuprimidos). Por esses motivos, o reconhecimento das principais formas de apresentação clínica e sintomas associados são importantes para que o diagnóstico seja estabelecido de forma breve, possibilitando a instituição correta do tratamento e, com isso, cessando o ciclo de transmissão do ácaro.

Mastocitose sistêmica: visão do dermatologista e relato de um caso associado a líquen plano / Systemic mastocytosis: a dermatologist's view and report of a case associated with lichen planus

Contexto: A mastocitose ocorre devido a uma proliferação neoplásica e clonal de mastócitos que se acumulam em um ou mais sistemas de órgãos. A doença é heterogênea, com manifestações que vão desde lesões cutâneas que podem regredir espontaneamente até neoplasias altamente agressivas associadas à falência de múltiplos órgãos e baixa sobrevida. Não há relatos na literatura de sua associação com líquen plano. Descrição do caso: Relatamos o caso de uma paciente com diagnóstico de mastocitose sistêmica agressiva que apresentou durante o acompanhamento quadro compatível com líquen plano. Discussão: O diagnóstico da mastocitose sistêmica é baseado em critérios que foram refinados recentemente. O tratamento classicamente envolve bloqueio de mediadores de mastócitos e terapia citorredutora para variantes avançadas da doença. Novas drogas como a midostaurina e o avapritinibe são promissoras. Conclusões: Mesmo não fazendo parte da rotina do dermatologista, a mastocitose sistêmica deve ser uma doença lembrada pelo acometimento da pele e potencial gravidade do quadro.

Cutaneous metastases from solid neoplasms - Literature review

Abstract Cutaneous metastases from solid tumors are uncommon events in clinical practice. Most of the time, the patient already has the diagnosis of a malignant neoplasm when the cutaneous metastasis is detected. However, in up to one-third of cases, cutaneous metastasis is identified before the primary tumor. Therefore, its identification may be essential for starting treatment, although it is usually indicative of poor prognosis. The diagnosis will depend on clinical, histopathological, and immunohistochemical analysis. Sometimes the identification of the primary site is difficult; however, a thorough analysis using imaging tests and constant surveillance is important.

Cutaneous adverse events to systemic antineoplastic therapies: a retrospective study in a public oncologic hospital

Abstract Background: Mucocutaneous adverse events are common during anticancer treatment, with variable consequences for the patient and their therapeutic regimen. Objective: To evaluate the most common adverse events, as well as the drugs associated with their appearance and the consequences for cancer treatment. Methods: A retrospective study was carried out through the analysis of patients treated at the Clinical Dermatology Unit of a public oncologic hospital. Results: A total of 138 patients with 200 adverse events were evaluated. The most commonly identified adverse events were nail and periungual changes (20%), papulopustular eruptions (13%), acneiform eruptions (12%), hand-foot syndrome (6.5%), hand-foot skin reaction (6%), and xerosis (6%). The most frequently associated antineoplastic treatment groups were classical chemotherapy (46.2%), target therapy (32.3%), and other non-antineoplastic drugs used in neoplasia protocols (16.5%). Of the total number of patients, 17.4% had their treatment suspended or changed due to a dermatological adverse event. Study limitations: Retrospective study and analysis of patients who were referred for specialized dermatological examination only, not allowing the assessment of the actual incidence of adverse events. Conclusion: A wide variety of dermatological manifestations are secondary to antineoplastic treatment with several different drugs resulting, not rarely, in the interruption or modification of therapeutic regimens.